Aquilo que eu temi por mais de uma década trabalhando na
Rede Municipal de Educação de Salvador aconteceu. Esse ano tenho em minha sala
de aula uma aluna cega, a aluna sabe ler e escrever em Braille, mas o professor
é analfabeto nessa linguagem. Durante muitos anos tivemos alunos cegos e surdos na escola, contudo eles nunca foram meus alunos. Sempre que o professor da turma com o aluno cego ou surdo-mudo recebia o convite para particiapar de cursos de formação para aprender a lidar com alunos com essas necessidades especiais eu também me candidatava para parcipar do curso.
A resposta que ouvia era sempre negativa, pois o curso era destinado a professores que tinham em suas sala de aula alunos especiais. Entendo a preocupação da Secretaria Municipal de Educação em não tirar da o professor da sala de aula, porém o que eu queria era me capacitar para quando surgisse a necessidade já tivesse um prepara mínimo para poder atender meus alunos com eficiência.
Mesmo não sabendo nada de Braille tenho feito aquilo que se espera de um professor pesquisador, realizado buscas através da Internet e seus diversos recuros, com objetivo de encontrar formas e maneiras de superar a falta de material adequado, ausencia de tecnologias assistivas, etc. As Tecnologias de Informação e Comunicação estão me ajudando a superar as minhas "deficiências".
Tenho encontrado muitas coisas produzidas em todo o mundo que
podem ajudar bastante os cegos a terem acesso a informação e transformarem
essas informações em conhecimentos. Uma delas é um Scanner que reconhece imagens
e fotos e transforma os mesmos em uma superfície em alto relevo para que seja
perceptível aos cegos.
O nome do Scanner é Readot e é uma produção do designer
Suhyun Kim que criou esse sistema parecido com o Braille, com objetivo de
possibilitar que os deficientes visuais possam perceber as imagens através das
mãos.
De acordo com os meus conhecimentos o único lugar aqui no
Brasil que tem tecnologia semelhante é a biblioteca pública de São Paulo. Lá
eles tem uma máquina que é um Scanner que transforma os textos em arquivos de
áudio na extensão MP3. O usuário pode inclusive levar para casa um CD com o seu
áudio book.
Vejam o vídeo do Scanner utilizado na biblioteca em São
Paulo.