Coloridas ou em preto e branco, com traços precisos ou
aquarelados, as HQs são uma forma de literatura ágil e expressiva que têm
conquistado cada vez mais fãs pelo mundo. No Brasil, a primeira história em
quadrinhos surgiu há mais de 150 anos, em 30 de janeiro de 1869. O autor,
Angelo Agostini — um cronista italiano e radicado no país —, gostava de
desenhar acontecimentos do cotidiano e publicou uma de suas primeiras
ilustrações sequenciais na revista semanal Vida Fluminense. Entre seus
personagens mais populares, estavam Nhô Quim (1869) e o Zé Caipora (1883).
Em 11 de outubro de 1905, outro marco importante para a
história dos quadrinhos no Brasil: o lançamento de uma revista integralmente
dedicada à esta arte. O periódico O Tico-Tico, foi a primeira revista em
quadrinhos do país, concebida pelo desenhista Renato de Castro. O formato de O
Tico Tico foi inspirado na revista infantil francesa La Semaine de Suzette,
cuja personagem Suzette foi publicada na revista brasileira com o nome de
Felismina.
E a jornada da arte sequencial continuou a prosperar no
país, quando Adolfo Aizen — que trabalhava nos jornais O Globo e nas revistas O
Malho e O Tico-Tico —, após viajar para os Estados Unidos conheceu os
suplementos de quadrinhos e, ao voltar para Brasil, trouxe este novo formato
consigo. Em sembro de 1929, o jornal A Gazeta publicou então um suplemento de
quadrinhos no formato tabloide, baseado nos Suplementos dominicais de
quadrinhos americanos.
A partir deste ponto, diversas publicações no mesmo estilo
surgiram no mercado nacional. Em 1939, a revista O Gibi, nome que se tornaria
sinônimo de revista em quadrinhos no Brasil. Em 1942, surgiu o Amigo da Onça,
célebre personagem que aparecia na revista jornalística O Cruzeiro. Nos anos
1950, a Editora Abril adotou o formatinho, modelo que gradualmente se tornou
padrão em publicações brasileiras de histórias em quadrinhos.
Quase 10 anos depois, o público amante dessa arte conheça
uma revista em quadrinhos com personagens e temas brasileiros: O Pererê, com
texto e ilustrações de Ziraldo. O personagem principal era um saci e não raro
suas aventuras tinham um fundo ecológico ou educacional. E os quadrinhos de
super-heróis também tiveram vários personagens brasileiros lançados em revista
nessa época: Capitão 7, Escorpião e Raio Negro.
Mas algo surgiu no caminho: o golpe militar. Com isso, houve
uma nova onda de moralismo que bateu de frente com os quadrinhos, mas que
também inspirou publicações jornalísticas cheias de charges como O Pasquim que,
embora perseguido pela censura, criticavam a ditadura incansavelmente.
Após esse período intenso de censura à arte, nos anos 1980,
o trabalho artístico de vários quadrinistas brasileiros — como Angeli, Glauco e
Laerte — ajudaram a restabelecer os quadrinhos no Brasil. Os três cartunistas
produziram as aventuras de Los Três Amigos (sátira western com temáticas
brasileiras) e, separados, renderam personagens como Rê Bordosa, Geraldão e
Overman e Piratas do Tietê.
Até chegarmos às publicações mais populares, como Turma da
Mônica e O Menino Maluquinho por exemplo, a história dos quadrinhos no Brasil
teve muito chão pela frente.
FONTE: DARK BLOG
https://darkside.blog.br/mais-de-150-anos-das-historias-em-quadrinhos-no-brasil/
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