quinta-feira, 22 de setembro de 2011

AS BIBLIOTECAS VIRTUAIS E O ACESSO À INFORMAÇÃO

As Novas Tecnologias de Informação e Comunicação - NTIC estão redefinindo os paradigmas atuais sobre informação. A simples atividade de tomar um ônibus em direção a uma biblioteca e caminhar entre as prateleiras de livros, procurando dados em jornais, revistas e enciclopédias, está sendo substituída pelo ligar de um computador conectado à Internet.

Cabe neste momento fazer um breve esclarecimento do que entendemos por Novas Tecnologias de Informação e Comunicação. O termo "tecnologia" se refere a tudo aquilo que o ser humano inventou, tanto em termos de artefatos como de métodos e técnicas, para estender a sua capacidade física, sensorial, motora ou mental, assim facilitando e simplificando o seu trabalho, enriquecendo suas relações interpessoais, ou simplesmente lhe dando prazer.

É muito comum ao ouvir a palavra tecnologia as pessoas pensarem que estamos falando única e exclusivamente do computador, elas sequer se dão conta de que a escrita é uma tecnologia e de que também é tecnologia a imprensa inventada no século XV, por Johannes Guttenberg na Alemanha, com composição de palavras com caracteres móveis, que revolucionou o mundo popularizando o livro.

Neste texto, entendemos por Novas tecnologias de Informação e Comunicação o conjunto de tecnologias eletro-eletrônicas que a partir do século passado, começaram a transformar nossa vida, de forma quase revolucionária: telégrafo, telefone, fotografia, cinema, rádio, televisão, vídeo e computador. Hoje, todas elas a caminho de serem digitalizadas e integradas no computador.

O modelo de biblioteca tradicional que nossos pais e avós conheceram vem aos poucos perdendo terreno para outro modelo. Começam a ser criadas bibliotecas sem paredes e estantes. Estamos vivendo a era digital na qual o objetivo é promover o acesso às publicações eletrônicas. O papel desempenhado pelas bibliotecas deverá ser substituído pelas bibliotecas virtuais, já que, a informação que antigamente era produzida em mídia impressa, se tornará cada vez mais disponível em meio digital.

Biblioteca é uma coleção organizada de documentos de vários tipos, aliada a um conjunto de serviços destinados a facilitar a utilização desses documentos, com a finalidade de oferecer informações, propiciar a pesquisa e concorrer para a educação e o lazer (UNESCO, 1976).

No Brasil as bibliotecas convencionais dispõem de poucos recursos para a sua informatização e digitalização do acervo. Segundo Roberto Kirshbaum, o custo de digitalização de um livro é de R$ 300,00 (trezentos reais), isto somado a um acervo de, por exemplo, mais de mil livros torna o custo de digitalização muito alto. A digitalização do acervo das bibliotecas é um dos fatores que tem contribuído para impulsionar o crescimento de publicações eletrônicas via Internet.

Concebida inicialmente como uma rede interligando instituições acadêmicas e de pesquisa envolvidas em projetos militares do governo americano, a Internet visava facilitar a interação e a comunicação entre pesquisadores e permitir-lhes compartilhar recursos computacionais remotos. A partir desta origem e principalmente após 1992, quando no Brasil seu uso comercial foi liberado, a rede vem apresentando um crescimento extraordinário, tanto no número de computadores conectados quanto no de usuários individuais.

As transformações causadas pela Internet após a sua abertura para fins comerciais tem sido muito grande. As possibilidades para o desenvolvimento de trabalho à distância, negócios e até mesmo lazer são inimagináveis.

Finalmente com o crescimento do uso da Internet como mídia para publicações eletrônicas, a partir do começo da década de 90, o acesso ao documento final, em meio eletrônico, torna-se mais simples. Os impactos para a informação em ciência e tecnologia são enormes: multiplicidade de recursos informacionais disponíveis na rede, contrastando com os disponíveis no acervo das bibliotecas; acesso imediato a estes recursos; velocidade da comunicação científica propiciada pela publicação direta na rede (GOMES, 1997 e MARCONDES, 1997).

São diversos os fatores que têm contribuído para o crescimento de publicações de textos eletrônicos na Internet. A facilidade de desenvolvimento de páginas para Internet é um deles. Com a utilização de software mais simplificados, que dispensam o conhecimento da linguagem HTML (Hyper Text Markup Language), que qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento pode construir uma página como se estivesse escrevendo um texto em um editor de textos qualquer e, com a criação de áreas de domínio público por diversos provedores, os usuários podem hospedar gratuitamente suas páginas. Entre outros provedores que hospedam sites gratuitamente destacamos:Yahoo (http://www.yahoo.com), Geocities (http://www.geocities.com), Zipmail (http://www.zipmail.com.br) Cadê (http://www.cadê.com.br).

Por outro lado, esse crescimento meteórico da Internet, acaba criando problemas em termos de identificação de recursos relevantes, por parte dos pesquisadores. O acesso a informação que antes parecia ser rápido, fácil e objetivo acabou tornando-se um trabalho árduo.

Como não existe uma hierarquia, nem tão pouco essas páginas precisam passar por uma avaliação por parte de juntas avaliadoras, qualquer pessoa pode publicar o que quiser na Internet. Isso faz com que o número de páginas na rede atinja um número antes inimaginável, o que acaba tornando o trabalho de pesquisa demorado. Ou seja, achar o que se quer em meio a milhares de páginas não é tarefa fácil.

Uma pesquisa realizada pela Inktomi (http://www.inktomi.com) – empresa de infra-estrutura de banco de dados para Internet – e pelo instituto NEC Research Institute (http://www.neci.nj.nec.com/neci-website/index-page.html), divulgada em 26 de janeiro de 2000, afirma que a Internet tem, no mínimo, um bilhão de páginas. O número 1 bilhão se refere à quantidade de páginas únicas existentes na rede, ou seja, páginas que têm seu próprio endereço como link.

Um bilhão parece um número assustador, mas representa apenas o número de páginas que a Inktomi contém em seu banco de dados. Dentre elas o número de páginas brasileiras é irrisório: são cerca de 600 mil as páginas com a terminação .br.

Segundo a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o Brasil possui cerca de 3% da quantidade de páginas do mundo. "No Brasil existem 160 mil domínios. No mundo cinco milhões", diz Hartmut Richard Glaser, da FAPESP.

A primeira tentativa, com o objetivo de solucionar o problema, de em meio a milhares de páginas, encontrar o que se deseja em tempo hábil, e/ou de não se "perder" na Internet foi à criação das ferramentas de busca, também conhecidas como faróis digitais da World Wide Web. Algumas já bem conhecidas são o Altavista (http://www.altavista.com/), Excite (http://www.excite.com/), Yahoo(http://www.yahoo.com), Radar UOL (http://www.radaruol.com.br), Cadê (http://www.cade.com.br), BuscaBR (http://www.buscabr.com.br), Achei (http://www.achei.com.br), entre outros.

Essas ferramentas de busca indexam as palavras dos sites existentes na Internet, mesmo aquelas palavras que não fazem parte do título ou resumo do site.

Devido à complexidade da rede, essas ferramentas de busca tiveram que evoluir. Assim, algumas ferramentas permitem a busca simultânea em mais de oito mecanismos de busca, como é o caso do Metaminer (http://www.miner.oul.com.br/), que permite realizar a busca simultânea em dez ferramentas ao mesmo tempo, sendo quatro ferramentas nacionais e seis internacionais.

Contudo já existe uma critica às metaferramentas, uma vez que essa busca acaba limitando o número de sites encontrados por cada uma das ferramentas individualmente. A fim de comprovar esta crítica realizamos uma busca na Meta ferramenta Metaminer, onde lançamos uma palavra óbvia, Internet, de forma propositada.

As ferramentas Radar UOL, Altavista e AOL.com encontraram apenas 10 ocorrências, entenda-se por ocorrência o número de sites encontrados, da palavra lançada; WebCrawler: 25 ocorrências; Yahoo!: 20 ocorrências; Achei: 30 ocorrências; LookSmart: 11 ocorrências e para nossa surpresa a ferramenta Britannica, nenhuma ocorrência foi encontrada, enquanto que com a ferramenta Cadê? se quer foi possível estabelecer a conexão.

O próximo passo do nosso teste foi realizar a mesma busca diretamente na ferramenta de busca, a ferramenta escolhida foi o Cadê?, onde no resultado da busca a ferramenta registrou mais de 50.000.000 de ocorrências da palavra lançada, desta forma os testes primários realizados por nós apontam possíveis falhas nas Metasferramentas.

Outro fator que contribui negativamente para o trabalho de pesquisa na rede e a forma de indexação das páginas. Basta à página conter a palavra lançada na busca que essa página é inclusa na relação de sites encontrados pela ferramenta.

Em outra avaliação feita desta vez com a ferramenta Altavista, em que a palavra lançada foi novamente a palavra Internet, foram encontradas 52.573.495 páginas.

“Uma das formas de melhorar a qualidade dessas buscas é realizar a chamada “busca avançada” ou “refinada”, que se realiza usando frases ou combinações de palavras entre aspas” “ ou parênteses ( ) a depender da ferramenta. A falta de conhecimento na utilização das ferramentas de busca é mais um fator que torna impreciso e lento o trabalho de pesquisa utilizando-se estas ferramentas na Internet.

Segundo André Lemos, da Faculdade de Comunicação da UFBA, a Internet apresenta um crescimento da ordem de uma página nova a cada quatro minutos. Assim, os dados apresentados neste trabalho já estão desatualizados.

Fatores como: o volume, a heterogeneidade das informações, inexistência de controle sobre o estoque e o fluxo das informações na rede, problemas técnicos de acesso, o tempo que o pesquisador dispõe para realizar a sua pesquisa na rede e falta de habilidades ou familiaridade do mesmo para realizar a atividade de pesquisa é que deu origem ao movimento de bibliotecas virtuais.

As Bibliotecas Virtuais são sistemas nos quais os recursos de informação são distribuídos via rede, independentemente de sua localização física num determinado local (ASIS, 1998).

Dentre os sites chamados biblioteca virtual destaca-se o projeto criado pela Universidade de Michigan (http://www.umich.edu), chamado de Internet Public Library - IPL (http://www.ipl.org/). O IPL é um site gráfico criado pela escola de Biblioteconomia, nele se tem a sensação de se estar dentro de uma biblioteca, onde merece destaque o Reference Center, no qual nem a figura da bibliotecária foi esquecida, uma vez que ao acessar o site você encontra uma bibliotecária em 3D, o projeto permite ao usuário acessar às grandes obras da literatura infantil, tais como os autores clássicos da literatura mundial, como Shakespeare e Júlio Verne, permitindo cópia dos arquivos (SOUZA, 1997).

Outras bibliotecas virtuais destacam-se na rede, tais como a Eletric Library (http://www.elibrary.com) poderosa ferramenta de pesquisa com mais de 1milhão de títulos; a Eletronic Library (http://www.books.com) cujo objetivo é os artigos de jornais; o Projeto Earl (http://www.earl.org.uk) que acessa jornais e revistas além de reunir mais títulos que o projeto IPL da Universidade de Michigan.

No Brasil o Prossiga, criado em junho de 1995, é um programa do CNPq que tem por objetivo favorecer e promover o uso da informação para ciência e tecnologia já disponível na Internet ou em arquivos convencionais existentes em instituições brasileiras ligadas a C&T. O Programa utiliza-se da Internet como mídia para divulgação de seus serviços e incentiva e favorece a comunicação científica interativa (RELATÓRIO, 1999).

O Prossiga/Rei (Repositório de Informações na Internet) é um projeto do programa do CNPq que tem como objetivo a criação de bibliotecas virtuais em diversos segmentos da Ciência e Tecnologia, de forma a facilitar e promover o uso da informação existente na Internet. Atualmente as Bibliotecas Virtuais estão divididas em dois grandes blocos: Bibliotecas Virtuais Temáticas e Bibliotecas Virtuais de Pesquisadores.

O Prossiga/REI possui uma equipe multidisciplinar com profissionais de engenharia, analista de informação, comunicação, marketing, ciência da informação e etc., que fazem uso de diversas fontes de informação, com o objetivo de compor o acervo das Bibliotecas.

As Bibliotecas Virtuais Temáticas são criadas de acordo com as principais linhas temáticas do país, com o objetivo de facilitar e promover o uso da informação existente na Internet e disponibilizar dados e informações nacionais relevantes para as atividades de pesquisa no País. Propiciam acesso à informação final, por exemplo, dissertações de mestrado, textos completos de artigos de periódicos e etc. Algumas são criadas em parcerias com instituições que recebem do Prossiga treinamento e assistência técnica permanente, além de contar com um acompanhamento regular de suas atividades (RELATÓRIO, 2000).

Já as Bibliotecas virtuais de Pesquisadores, são sites que trazem informações sobre grandes pesquisadores do Brasil, pode-se dizer que as BVs de Pesquisadores são grandes "Museus Virtuais" ou ainda um "Dossiê eletrônico", pois abrigam todo tipo de documento que faça referência a vida e obra do pesquisador homenageado, como por exemplo, seus livros, correspondências recebidas de amigos e personalidades, originais de seus trabalhos científicos, fotografias, depoimentos, homenagens, pesquisas em andamento sobre o educador e etc.

A EXPERIÊNCIA DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UFBA
Como resultado de um convênio entre o Prossiga e a Faculdade de Educação (http://www.faced.ufba.br) e o Instituto da Ciência da Informação (http://www.ici.ufba.br) da Universidade Federal da Bahia – UFBA (http://www.ufba.br), é criada a Biblioteca Virtual de Educação á Distância – BVEAD (http://www.prossiga.br/edistancia).

Disponível na Internet desde o dia 13 de maio de 1998, sob a coordenação de Nelson Pretto (http://www.ufba.br/~pretto), a Biblioteca Virtual de EAD abriga informações sobre esta temática entendida, no entanto, num sentido muito mais amplo. Para a equipe da BVEAD a incorporação de novos recursos tecnológicos da comunicação e informação na educação é uma possibilidade ímpar do momento histórico contemporâneo, que potencialmente pode viabilizar uma efetiva transformação da nossa realidade educacional. Neste sentido, colocar novas tecnologias como televisão, vídeos, computadores e conexão à Internet nas escolas constituem-se num importante elemento estruturante para uma nova forma de pensar e agir do ser humano.

O objetivo maior da Biblioteca Virtual é levar informações sobre Tecnologias de Informação e Comunicação. A BVEAD registra as informações que estão no ciberespaço e as disponibiliza de forma sistemática através de mecanismos de pesquisa.

Dentre as 18 (dezoito) categorias disponíveis na BV o pesquisador encontra: cursos à distância, artigos e outros textos, eventos, projetos, dicas de financiamento e polêmicas contemporâneas.

Nesta última o pesquisador tem a possibilidade de através de chats (salas de reunião) e listas de discussão, colocar as suas idéias acerca do tema e ficar sabendo o que pensam os demais participantes da lista, tendo como motor propulsor para a discussão, um texto elaborado ou selecionado pela equipe da BV. O objetivo principal das Polêmicas, quando idealizada era a produção de conhecimento, desta forma ao final de um período de seis meses ou mais o profissional responsável pela coordenação das discussões, ficaria responsável por elaborar um texto tendo como base as discussões ocorridas na lista.

Algumas bibliotecas do Prossiga já publicaram textos fazendo uso desse sistema, enquanto que a Biblioteca Virtual de Educação a Distância, pioneira e idealizadora da idéia, por motivos diversos como, por exemplo, falta de um profissional em dedicação exclusiva, não pode dar continuidade a esse trabalho e hoje a lista esta parada.

Outro ponto forte da BV é o hipertexto, presente se não em todos, pelo menos na grande maioria dos registros de sites contidos na biblioteca. O hipertexto é composto por um conjunto de lexias interligadas eletronicamente por links.

Léxia é a unidade básica do hipertexto, e é formada por um bloco de palavras e/ou imagens e/ou sons. Cada bloco, ou cada léxia, é conectado a outro ou a outros, através de links introduzidos no próprio corpo do texto, criando-se assim, um texto mais amplo – o chamado hipertexto.

O hipertexto rompe com o modelo de acesso a informação consagrada pela tecnologia da imprensa, uma vez que o hipertexto agrega no seu corpo links para informações que de alguma forma estão ligadas ao seu conteúdo "principal", onde o leitor escolhe o tipo e o fluxo das conexões entre o texto e os seus referenciais.

O TRABALHO DE MANUTENÇÃO
O trabalho alimentação de uma biblioteca virtual não se encerra após o seu lançamento, muito pelo contrário, é após a biblioteca ser lançada que começa verdadeiramente o trabalho de alimentação, cada BV tem a sua própria sistemática de manutenção, no entanto as principais atividades realizadas na manutenção são comuns a todas elas:

a) busca de novos sites – consiste em realizar sucessivas navegações no ciberespaço com o objetivo de identificar a presença na rede de novas iniciativas referentes à temática da BV em questão, para tal, faz-se uso das ferramentas de busca. A busca não se limita a navegação na rede, abrange também outras fontes como livros, jornais, periódicos, anais de congressos, etc.;

b) cadastramento – consiste em dar entrada de novos registros na BV, através de um formulário específico de cadastramento, disponível na Internet, em endereço conhecido apenas pela equipe de manutenção e com acesso aos dados através de senha, fazendo uso para tanto dos manuais de tratamento de dados desenvolvidos pelo Prossiga, os registros cadastrados ficam escondidos a guardando a revisão final dos cadastros;

c) revisão de registros – consiste em analisar os registros cadastrados na BV através do formulário avançado, que permite visualização rápida dos registros contidos na BV por critérios como: visualizar apenas registros não revisados ou apenas registros escondidos, a fim de proceder à liberação do registro para a página pública;

d) chekup – consiste em verificar os links que estão inativos (quebrados) na BV, através de softwares específicos, disponíveis gratuitamente na Internet, como é o caso do Netmechanic;

e) mala direta – o serviço de mala direta consiste em enviar informações às pessoas que se cadastram na mala direta da BV, informando quando do cadastramento de novos registros, quaisquer alteração no layout da mesma e etc.

O cumprimento de todas essas atividades em uma biblioteca virtual requer uma equipe multidisciplinar, composta de educadores, técnicos em informática e bibliotecários.

A WEBMETRIA
O crescimento ilimitado do número de sites na Internet e o aumento de usuários da rede tornaram-se necessário o desenvolvimento de uma metodologia capaz de avaliar o desenvolvimento, assim como aproveitamento desses sites com relação ao número de acessos e a qualidade da informação.

A forma mais tradicional de avaliar um site é através do número de visitas que ele recebe para isso pode ser utilizado o contador da página principal.

Recentemente o Prossiga criou um grupo de pesquisa, com o objetivo de desenvolver metodologia para a análise e avaliação das Bibliotecas Virtuais. Desta forma foram definidas as duas etapas da pesquisa: 1- coleta dos dados das variáveis e 2 - ordenamento e avaliação das informações.

A coleta de dados é de fundamental importância para a pesquisa, pois oferece a base empírica a partir da qual são analisados e criados indicadores. O sistema de dados coleta as seguintes variáveis:

a) Visitas acumuladas por mês. A fonte é o contador da página principal. Não são computadas as visitas das estações de trabalho das equipes de pesquisa, uma vez que é comum nas estações de trabalho a página do projeto ser a página de abertura dos navegadores, caso esses acessos fossem computados como validos, teríamos um resultado equivocado do número de visitas ao site;

b) Visitas diárias. A fonte desses dados é o software Nedstat (http://www.nedstat.net/), programa espanhol que disponibiliza uma página na rede, em que uma vez instalado na página principal do site o link para o programa não só a equipe, mas todos os usuários podem visualizar as tabelas e gráficos disponibilizados pelo programa com informações detalhadas do número de acesso horário de maior pico de acessos, a origem dos acessos, etc.;

c) Registro de e-mail. Esses dados são obtidos através do botão existente na página principal “cadastre seu e-mail". Essa variável é como se fosse um termômetro, com o objetivo de medir a quantidade de pessoas que acessão a BV e que desejam receber informações periódicas sobre o tema;

d) Registros por categorias. O registro de uma BV é o seu elemento básico de informação, essa variável é um indicador de quantidade/tamanho de uma BV;

e) Links por registro. Essa variável está diretamente ligada à teoria do hipertexto, essa variável determina a capacidade de multiplicação de informações. Os links podem ser tanto internos, ou seja, dentro do próprio site, como externos, aqueles que levam os internautas para outros sites ligados aquele registro.

Ordenamento e Avaliação das Informações – a partir do sistema de dados das variáveis já descritas é desenvolvido um estudo estatístico com o objetivo de ordenar os dados através de quadros, tabelas e gráficos que possibilitem a avaliação dos mesmos.

Uma nova tendência começa a surgir no movimento de Bibliotecas Virtuais, no que diz respeito à participação mais efetiva no processo de desenvolvimento de uma BV. Trata-se de disponibilizar para o usuário das BVs formulários que os possibilitem realizar o cadastro de novos sites na BV, ficando cada vez menor o controle que a equipe da BV tem sobre o que é cadastrado ou excluído em uma Biblioteca Virtual.

Atualmente a participação dos usuários nas BVs se limita ao envio de mensagens ao livro de visitas com sugestões e algumas disponibilizam links específicos na página principal como: "sugira um site" ou quando do cadastro na mala direta o usuário recebe um email em que ele é convidado a enviar sugestões de sites para a Biblioteca.

Embora veja com bons olhos essa participação mais direta dos usuários nas BVs, acredito que devem existir restrições ao cadastramento feito por usuários, para que as BVs não sejam transformadas em um mero outdoor, para divulgar e promover pessoas, instituições, etc.

Como forma de avaliação por parte do próprio usuário, no que se refere à qualidade das informações registradas por eles e pela equipe da BV, logo abaixo do registro haveria uma indicação da autoria do registro, se usuário ou equipe BV.




BIBLIOGRAFIA

ARCHIORI, Patrícia Z. Ciberteca ou biblioteca virtual: uma perspectiva de gerenciamento de recursos de informação. Ciência da Informação, Brasília, v.26, n.2, p.115-124, maio/ago. 1997.

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CASTRO, Nivalde J., MAGALHÃES, Maria Alice E. Bibliotecas Virtuais: Portais para a Comunidade Científica. In: SBC'99. Rio de Janeiro, 19-23 jul. 1999.
CHAVES, Eduardo. Ensino à Distância: Conceitos Básicos. http://www.edutecnet.com.br/edconc.htm. capiturado em 14/10/2000.
ESTATÍSTICA DO PROSSIGA: Visitas aos Serviços. v.1, n.3, outubro-dezembro, 1999.
FERREIRA, José Rincon. A biblioteca digital. Revista USP - Informática/Internet, São Paulo, n.35, set/nov. 1997.
FERREIRA, Sueli Mara Soares Pinto. Biblioteca do futuro: sonho ou realidade? Ciência da Informação On-line, Brasília, v.26, n.2, 1997.
GOMES, Sandra Lúcia Rebel, CHASTINET, Yone S. Bibliotecas virtuais: avanços e desafios para cientistas e profissionais de informação. Jornal das Bibliotecas, Rio de Janeiro, v.4, n.6, p.5, jul/dez. 1997.
LEVACOV, Marília. Bibliotecas Virtuais (r)evolução? Ciência da Informação On-line, Brasília, v.26, n.2, 1997.
PRETTO, Nelson de Luca, SERRA, Cristiana. Bibliotecas Digitais e Internet: em busca da produção coletiva de conhecimento. Bahia Análise e Dados, V.9, n.1, 1999.
PROSSIGA/REI. Web Guide. Parte integrante da revista Guia da Internet.br . Rio de Janeiro, p.12, fev. 1997.
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SOUZA, Clarice Muhlethaler. Aviso aos Navegantes ou onde fica a biblioteca? Transinformação, Campinas, v.9, n.2, maio/ago. 1997

UNESCO. Manifesto da Unesco sobre a biblioteca pública. In: FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE ASSOCIAÇÕES DE BIBLIOTECÁRIOS. Seção de Bibliotecas Públicas. Normas para bibliotecas públicas. São Paulo: Quirón; Brasília, DF : INL, 1976.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Associação Nacional de Tutores da Educação a Distância - ANATED

Inicialmente esta postagem nasceu de uma solicitação da Associação Nacional de Tutores da Educação a Distância – ANATED, pois havia recebido um email da referido associação solicitando que eu divulgasse no meu blog o I Seminário Nacional de Tutores da EAD. No entanto, resolvi ir mais longe com a postagem,uma vez que tenho informação de que muitos profissionais que atuam como tutores desconhecem a existência da associação nacional da categoria, se é que já podemos chamar de categoria.


Funda em 2009 com o objetivo de fortalecer ainda mais a educação a distância, elevando a qualidade da educação, através de um profissional qualificado para enfrentar os desafios que essa modalidade de ensino exige. Entre os diversos serviços e recursos disponibilizados pela ANATED para os tutores estão à publicação de textos no site da ANATED, realização de seminários e palestras com temas de interesse dos tutores, publicação de currículos, disponibilização de concursos e vagas para tutores em instituições de todo o país.

Talvez o mais importante na criação da ANATED não seja os serviços acima citados que a mesma oferece para os associados e tutores do Brasil, mas sim a discussão que a mesma levanta sobre a regulamentação da profissão de Tutor da EAD, as funções que o mesmo desempenha dentro das Instituições de Ensino Superior - IES. Muitas instituições estão contratando tutores como Técnicos Administrativos, no entanto exigem formação superior, em alguns cursos como o de Pedagogia o Tutor tem que ser licenciado em Pedagogia e ainda ter Pós-graduação na área, então como dizer que esse profissional é um técnico administrativo? Discuto um pouco essa questão em um trabalho apresentado recentemente por mim no curso de Especialização em Tecnologia e Novas Educações da Faculdade de Educação – FACED da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Por enquanto disponibilizei os slides da apresentação aqui no blog, pretendo transformar a monografia em artigo para poder publicar.

A imagem a seguir é do email onde a ANATED solicita a divulgação do envento no meu blog.