terça-feira, 16 de março de 2021

MAIS DE 150 ANOS DE HISTÓRIA DOS QUADRINHOS NO BRASIL


Coloridas ou em preto e branco, com traços precisos ou aquarelados, as HQs são uma forma de literatura ágil e expressiva que têm conquistado cada vez mais fãs pelo mundo. No Brasil, a primeira história em quadrinhos surgiu há mais de 150 anos, em 30 de janeiro de 1869. O autor, Angelo Agostini — um cronista italiano e radicado no país —, gostava de desenhar acontecimentos do cotidiano e publicou uma de suas primeiras ilustrações sequenciais na revista semanal Vida Fluminense. Entre seus personagens mais populares, estavam Nhô Quim (1869) e o Zé Caipora (1883).

Em 11 de outubro de 1905, outro marco importante para a história dos quadrinhos no Brasil: o lançamento de uma revista integralmente dedicada à esta arte. O periódico O Tico-Tico, foi a primeira revista em quadrinhos do país, concebida pelo desenhista Renato de Castro. O formato de O Tico Tico foi inspirado na revista infantil francesa La Semaine de Suzette, cuja personagem Suzette foi publicada na revista brasileira com o nome de Felismina.

E a jornada da arte sequencial continuou a prosperar no país, quando Adolfo Aizen — que trabalhava nos jornais O Globo e nas revistas O Malho e O Tico-Tico —, após viajar para os Estados Unidos conheceu os suplementos de quadrinhos e, ao voltar para Brasil, trouxe este novo formato consigo. Em sembro de 1929, o jornal A Gazeta publicou então um suplemento de quadrinhos no formato tabloide, baseado nos Suplementos dominicais de quadrinhos americanos.

A partir deste ponto, diversas publicações no mesmo estilo surgiram no mercado nacional. Em 1939, a revista O Gibi, nome que se tornaria sinônimo de revista em quadrinhos no Brasil. Em 1942, surgiu o Amigo da Onça, célebre personagem que aparecia na revista jornalística O Cruzeiro. Nos anos 1950, a Editora Abril adotou o formatinho, modelo que gradualmente se tornou padrão em publicações brasileiras de histórias em quadrinhos.

Quase 10 anos depois, o público amante dessa arte conheça uma revista em quadrinhos com personagens e temas brasileiros: O Pererê, com texto e ilustrações de Ziraldo. O personagem principal era um saci e não raro suas aventuras tinham um fundo ecológico ou educacional. E os quadrinhos de super-heróis também tiveram vários personagens brasileiros lançados em revista nessa época: Capitão 7, Escorpião e Raio Negro.

Mas algo surgiu no caminho: o golpe militar. Com isso, houve uma nova onda de moralismo que bateu de frente com os quadrinhos, mas que também inspirou publicações jornalísticas cheias de charges como O Pasquim que, embora perseguido pela censura, criticavam a ditadura incansavelmente.

Após esse período intenso de censura à arte, nos anos 1980, o trabalho artístico de vários quadrinistas brasileiros — como Angeli, Glauco e Laerte — ajudaram a restabelecer os quadrinhos no Brasil. Os três cartunistas produziram as aventuras de Los Três Amigos (sátira western com temáticas brasileiras) e, separados, renderam personagens como Rê Bordosa, Geraldão e Overman e Piratas do Tietê.

Até chegarmos às publicações mais populares, como Turma da Mônica e O Menino Maluquinho por exemplo, a história dos quadrinhos no Brasil teve muito chão pela frente.

FONTE: DARK BLOG

https://darkside.blog.br/mais-de-150-anos-das-historias-em-quadrinhos-no-brasil/


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